domingo, 24 de abril de 2011

Lá no sono

Olha menina, você que deita e não necessita de cobertor. A noite é quente e todos devem não precisar de cobertor. O vento que entra da janela à noite só é bom quando levanta uns pelinhos, que logo se abaixam, porque não é frio. É suave.
Essa calça velha te dá liberdade de levar as pernas ao ar, cruzá-las e descruzá-las, encostando-as no lençol. Vê os pés, que já andaram por tantos lugares...cansados. Os pés de todos são cansados. Os pés movimentam o sistema. Incompreensível, tão falado pelo irmão.
Você que lê um livro e vê como as letras já começam a se trocar, elas brincam contigo. Deixe que elas te abracem e façam cócegas em você.
E quando o sono ganha lugar, os cílios se encaixam de uma vez. A luz lá no teto é luz mesmo com os olhos fechados. Isso porque ela forma bolinhas brilhantes, que se dissipam quando você fixa os olhos e fecha-os logo em seguida. No sono só tem coisa boa, bonita. Os pés não se cansam e o irmão mais velho não reclama do sistema. Este último não existe. No sono não...Lá é só coisa boa, bonita.
Porque até os anjos existiram quando a moça de Clarice quis.

Um comentário: