terça-feira, 17 de maio de 2011

Mas, se ninguém te escuta, Jorge...

Escreve. Escreve que as folhas te escutam sem cara de impaciência.

domingo, 24 de abril de 2011

Lá no sono

Olha menina, você que deita e não necessita de cobertor. A noite é quente e todos devem não precisar de cobertor. O vento que entra da janela à noite só é bom quando levanta uns pelinhos, que logo se abaixam, porque não é frio. É suave.
Essa calça velha te dá liberdade de levar as pernas ao ar, cruzá-las e descruzá-las, encostando-as no lençol. Vê os pés, que já andaram por tantos lugares...cansados. Os pés de todos são cansados. Os pés movimentam o sistema. Incompreensível, tão falado pelo irmão.
Você que lê um livro e vê como as letras já começam a se trocar, elas brincam contigo. Deixe que elas te abracem e façam cócegas em você.
E quando o sono ganha lugar, os cílios se encaixam de uma vez. A luz lá no teto é luz mesmo com os olhos fechados. Isso porque ela forma bolinhas brilhantes, que se dissipam quando você fixa os olhos e fecha-os logo em seguida. No sono só tem coisa boa, bonita. Os pés não se cansam e o irmão mais velho não reclama do sistema. Este último não existe. No sono não...Lá é só coisa boa, bonita.
Porque até os anjos existiram quando a moça de Clarice quis.